quinta-feira, 22 de julho de 2010


A imprensa brasileira, a exemplo da imprensa ocidental, obedece fielmente aos intereses do governo norte-americano: atualmente somente uma agencia de noticias que atende os grandes jornais e canais de televisão do Brasil não é norte-americana, a Efe, espanhola. O governo norte-americano controla – através de subsidios financeiros – as agências de noticias daquele país, com o objetivo de influenciar, e na maioria das vezes determinar, a linha editorial.
Some-se a este fato a constatação de que os maiores anunciantes na grande mídia é de empresas norte-americanas. Portanto, estes são os principais motivos para a manipulação da opinião pública por parte dos intereses do governo norte-americano. A imprensa nos países capitalistas não passa de um mero comercio, onde o lucro determina as linhas editoriais. Neste sentido, a chamada grande imprensa não faz mais que iludir, enganar e mentir para a opinião pública, porque seu objetivo imediato é o lucro, e não a verdade.
Pelos motivos acima relacionados, aquilo que as pessoas chamam de “liberdade de expressão” nos países capitalistas é mera ilusão, mentira refinada pelos intereses dos proprietários dos meios de comunicação. Na verdade, o que existe é uma grande “lavagem cerebral”, a propaganda insistente de mentiras para manipular a opinião pública. Esta imprensa que aí está é a mesma que nos anos 60 afirmava que os vietcongs eram perigosos comunistas ensandecidos, que “comunistas comiam criancinhas”, que os índios norte-americanos eram selvagens perigosos e precisavam ser abatidos pela Cavalaria norte-americana. Essas mentiras foram publicadas em jornais, livros, revistas e filmes. É preciso destacar que a indústria cinematográfica norte-americana sempre desempenhou papel servil e covarde para legitimar os crimes e guerras dos Estados Unidos da América.
Em resumo, aquilo que você vê, lê ou assiste diariamente nos meios de comunicação ocidentais, são mentiras a serviço da criminosa indústria bélica norte-americana, israelense, francesa ou inglesa. Os governos aliados do governo norte-americano são cúmplices na divulgação de mentiras, na “fabricação de verdades”, porque todos eles lucram com as guerras, a destruição, o roubo das riquezas naturais dos países menos desenvolvidos, econômica e militarmente.
Assim como os índios norte-americanos, os vietcongs, e mais recentemente os árabes muçulmanos, os palestinos e iraquianos, os afegãos e paquistaneses, foram ou são vítimas da propaganda enganosa na mídia ocidental, o mesmo se aplica aos coreanos em geral, particularmente a República Popular Democrática da Coreia.
A mídia ocidental mente descaradamente sobre todos os crimes contra a humanidade praticados pelo governo dos EUA: a ocupação do Iraque para roubar petróleo é tratada como uma estratégia para levar paz e progresso ao país. Seria cômico se não fosse trágico. Foram justamente as tropas norte-americanas com seus cúmplices aliados que levaram destruição, morte e horror ao Iraque. Quase a metade da população fugiu do país ou foi assassinada pelos bombardeios “cirúrgicos”. Até hoje as tropas militares estrangeiras estacionadas no Iraque cometem genocidios, atentados, massacres da população civil, diante do silêncio criminoso da mídia. A opinião pública é manipulada diariamente, o que impede maiores manifestações contra a ocupação daquele país. E o mesmo acontece na Palestina ocupada, no Afeganistão, no Paquistão, entre outros.
Quando se trata da Coreia, essa mídia tendenciosa repete as mentiras, as campanhas insidiosas, para esconder a verdade dos fatos: o imperialismo norte-americano é o grande responsável pela divisão da Coreia em Norte e Sul, e pelas tentativas de criar uma guerra entre irmãos.
Mesmo submetida a um selvagem bloqueio econômico e a uma divisão artificial, a República Popular Democrática da Coreia é um Estado operário que conseguiu criar emprego e habitação para toda a população, com educação e saúde gratuitas. Conseguiu avanços tecnológicos na área de satélites, foguetes e energia atômica, que a maioria dos países não conseguiu, por mais ricos que sejam.
Um dos pilares da economia norte-americana e israelense é a indústria bélica. Recentemente, o Instituto Internacional pela Paz, com sede em Estocolmo, revelou que os Estados Unidos da América são os principais fabricantes de armas e promotores de guerras no mundo. Neste ano de 2010 o orçamento militar dos EUA aumentou 54% em relação ao ano pasado, para modernizar aviões de combate, tanques de guerra, mísseis, porta-aviões e armamentos em geral. O país é também o maior exportador de armas convencionais do planeta. Um país com essa determinação belicista jamais estará interessado em promover a paz no mundo. Sua riqueza está baseada no sangue de vítimas civis indefesas em diversos países.
Fora as centenas de bases militares dentro dos Estados Unidos, o país tem hoje 897 bases militares em todo o mundo, o que inclui 32.647 edifícios que empregam mais de 600.000 pessoas, dos quais 450.000 são militares. A Alemanha de hoje é um país ocupado militarmente pelos Estados Unidos com 25 bases militares norte-americanas, e 85.600 militares. Atualmente existem bases americanas em 63 países diferentes, mas a presença militar americana encontra-se presente em 156 países. Eles querem dominar o mundo.
Se existe um país que está dominando o mundo, ameaçando todos os povos do planeta, este país chama-se Estados Unidos da América. O sonho de Adolf Hitler está sendo concretizado pela indústria bélica norte-americana, pelos militares supremacistas - racistas - brancos dos Estados Unidos da América, onde os políticos e a mídia são reféns dos interesses armamentistas das indústrias bélica e petrolífera, irmãs siamesas em um comércio criminoso que só perde para o tráfico de drogas: o contrabando de armas.

Bases militares dos EUA na Coréia do Sul
Na Coréia do Sul hoje os Estados Unidos da América tem 38 bases militares, a saber: Camp Ames, Camp Carroll, Camp Casey, Castle Camp, Camp Colbern, Camp Coiner, USAG Daegu, Camp Essayons, George Camp, Hannam Village, Henry Camp, Camp Hialeah, Camp Hovey, USAG Humphreys, Camp Jackson, Camp Kwangsa Ri, Camp Kyle, Camp Long, Camp Market, Camp Nimble, Camp Red Cloud, Camp Sears, Camp Stanley, Camp Walker, Camp Yongin, Far East Dist Engr, H220 Heliport, K-16 Air Base, Kunsan Pol Terminal, Madison Site, Masan Ammunition Depot, Pier #8, Sungnam Golf Course, Swiss and Swed Camp, Tango (US Army), Watkins Range, Yong Pyong e USAG Yongsan.
Uma das características das populações atingidas pela presença de bases militares norte-americanas é a violência sexual praticada por militares contra mulheres e crianças, e mais: prostituição, sexo não consentido, tráfico de drogas, alcoolismo, epidemias de doenças sexualmente transmissíveis, HIV etc. Isto se registra em todos os países do mundo onde existem bases militares norte-americanas, e uma das explicações convincentes é a forma como os recrutas norte-americanos são cooptados. Na maioria das cidades norte-americanas existem militares que assediam os jovens nas ruas para que eles ingressem nas Forças Armadas, o que resulta na cooptação de delinqüentes, drogados, alcoólatras, criminosos e pessoas com problemas mentais.
Nos países ocupados militarmente pelos Estados Unidos da América, como a Coreia do Sul, uma das normas é proibir que a Justiça local julgue os militares estrangeiros; dessa forma, os militares estupradores e assassinos não podem ser julgados pela Justiça do país ocupado, mas por uma Corte Militar dos Estados Unidos da América. Isso garante a impunidade para milhares e milhares de casos de estupros na Coreia do Sul, onde os filhos de militares norte-coreanos são discriminados pela sociedade local, havendo grande número de suicídios em função dessa realidade. Nas décadas de 60 e 70, no Brasil, a frase “ir à Coreia” tinha uma conotação muito depreciativa, em função do ambiente de impunidade e sexualidade que os militares norte-americanos impuseram à sociedade sul-coreana.
A Coreia do Sul é hoje um país militarmente ocupado por bases estrangeiras que levam sofrimentos inesgotáveis à maioria da população. A economia, orientada pelos norte-americanos, tratou de enriquecer os traidores da pátria, os subservientes ao domínio estrangeiro, à escravidão do seu próprio povo. Os traidores que venderam a soberania nacional formam hoje o círculo de poder econômico onde gravita o presidente traidor Ri Myong Bak.
A propalada “riqueza” da Coréia do Sul, que a mídia ocidental faz questão de destacar sempre que trata de notícias do país, não passa de concentração injusta da riqueza nas mãos de uma minoria de traidores, enquanto a maioria da população – e isso a mídia ocidental não mostra – vive em condições de vida razoáveis, e milhares em favelas. Quem assistir o filme “Sympathy for Mr. Vengeance”, dirigido pelo sul-coreano Chan-wook Park, verá cenas reais de favelas em Seul, que nunca foram mostradas pela mídia ocidental, porque isso fere os interesses de divulgar mentiras diárias por parte do governo norte-americano para enganar a opinião pública mundial, colocando-a contra a República Popular Democrática da Coreia e a favor do regime traidor dos escravos de Washington.
A capital - e as maiores cidades - dos coreanos dosul sofre com problemas de tráfico de drogas, prostituição e tráfico de órgãos humanos. Esses problemas reais, diários, trazidos pelos militares norte-americanos para a Coreia do Sul, não aparecem na mídia ocidental.
O governo pró-imperialista sul-coreano publicou no final de maio um relatório em que responsabiliza a Coreia do Norte pelo afundamento de seu navio militar que matou 46 marinheiros no dia 26 de março. Na época, o episódio praticamente não teve nenhuma repercussão na imprensa mundial. Afinal, Washington e Seul mantinham oculto que a ruptura no casco do navio Cheonan havia sido provocada pelo submarino ianque enquanto realizavam exercício militares conjuntos em área limítrofe entre as duas Coreias. Mas esta informação crucial foi negada aos ocidentais, porque ao governo imperialista interessa apenas divulgar mentiras e manipular a opinião pública a seu favor.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas
O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem se revelado ao longo da história como um instrumento da política criminosa do imperialismo norte-americano. Em nome das Nações Unidas as maiores guerras e crimes contra a humanidade foram cometidos nas últimas décadas, entre as quais a Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã, ocupação da Palestina, criação do Estado artificial e criminoso de Israel, invasão do Iraque e Afeganistão, bombardeios ao Paquistão, entre outros. As resoluções da ONU são patéticas e ineficazes porque servem a interesses políticos das grandes potências aliadas ao imperialismo. A ONU condena a República Islâmica do Irã por desenvolver estudos nucleares com fins pacíficos, voltados para a medicina, e silencia diante de Israel, que não apenas possui bombas atômicas, como ameaça constantemente os países vizinhos e o Irã. Portanto, a ONU é uma organização que não tem moral para legislar sobre qualquer tema, muito menos sobre a soberania dos povos e nações.
Atuando para manipular a verdade, a serviço dos interesses criminosos de dominação das potências, o Conselho de Segurança das Nações Unidas não passa de uma farsa, uma grande mentira aos olhos do mundo para enganar as pessoas desinformadas ou ingênuas, para justificar as ações bélicas criminosas dos países que se fizeram ricos explorando e saqueando as riquezas dos países menos desenvolvidos.
Dentro desse quadro caótico onde predomina a mentira e o crime – graças ao governo genocida dos Estados Unidos da América -, a República Popular Democrática da Coreia tem sido caluniada diariamente pelos meios de comunicação ocidentais. Os líderes e heróis Kim Il Sung e Kim Jong Il são apresentados de forma equivocada para a opinião pública internacional. No lugar da mídia apresentar a verdade dos fatos, reconhecendo tratar-se de grandes e valorosos lutadores pela liberdade, como veremos a seguir, mostram como ditadores. Esta é a lógica da imprensa domesticada pelo imperialismo: os traidores da Coreia do Sul, aqueles que permitiram a ocupação do país por dezenas de bases militares estrangeiras, são mostrados como progressistas, enquanto aqueles que dedicaram suas vidas pela causa da libertação e do socialismo para o povo coreano, são difamados e injuriados.
No ano de 2002 o imperialismo ianque intensificou sua política de embargo à RPD da Coreia, sobretudo, no setor energético e de comunicações. Essa criminosa política de provocar o estrangulamento energético norte-coreano com a suspensão do fornecimento de óleo cru que alimenta as termelétricas no período do inverno, durante o qual os lagos congelam e as hidrelétricas perdem sua capacidade de produzir energia, é uma forma de tentar desestabilizar o regime, provocando uma crise social com o genocídio da população submetida ao rigoroso inverno com temperaturas de 15 graus negativos.
A imprensa ocidental que tem como norma mentir descaradamente sobre os fatos históricos, criminalizando países para legitimar ataques militares do imperialismo norte-americano, dedica especial atenção à tarefa hipócrita de caluniar e difamar os governantes da RPD da Coreia. Entretanto, a verdade é desconhecida pela maioria dos ocidentais – e este é um dos motivos deste livro.
O que as pessoas sabem em realidade sobre os governantes da RPD da Coreia? Sabem apenas as mentiras diárias que os veículos de comunicação capitalistas fabricam como moeda de troca com o imperialismo.
O imperialismo japonês ocupou a península coreana em 1910, transfomando a Coreia em uma colônia japonesa, de onde extraiam as riquezas naturais, minérios, produção agrícola, através do trabalho escravo a que submetia a população nativa. Entre 1912 e 1933 a produção de arroz na Coreia aumento em mais de 50%, mas 90% desse arroz era enviado ao Japão, deixando grande parte do povo coreano passando fome, na miséria. O povo coreano dependia do arroz, o principal alimento do país, mas foi durante os anos de maior produção que se verificou a morte de milhões de coreanos pela fome. Durante o período da guerra, mais de 5 milhões de coreanos trabalhavam em empresas japonesas instaladas na Coreia e mais de 1 milhão de coreanos trabalhavam em regime de escravidão no Japão.
A seguir, resumidamente, destacamos alguns feitos históricos que marcam a vida da nação coreana.
Vamos começar pela avó do atual presidente Kim Jong Il, Kim Jong Suk, heroína da guerra de libertação contra o colonialismo japonês. Ela dedicou a vida à luta pela libertação do país, e como tal foi chefe de segurança do Alto Comando da Guerrilha, sendo a primeira mulher general do Exército de Libertação. Em plena década de 40, quando o Ocidente ainda oprimia as mulheres, na Coreia, a general Kim Jong Suk pilotava aviões de combate e foi paraquedista. Ela é considerada Heroína Antijaponesa. Sua coragem desmedida a levou a se destacar em combates memoráveis, incluindo o de Dashahe, no verão de 1940, quando para proteger a vida do combatente Ri Kwon Haeng, projetou o próprio corpo no combate, servindo de escudo humano para salvar a vida do combatente antijaponês. E se é nos momentos mais difíceis que se conhece os combatentes heróicos, durante a penosa marcha de dezembro de 1938 a março de 1939, comandada por O Jung Hup, Kim Jong Suk liderava ações guerrilheiras para desviar os combates do comando da tropa, fustigando e atraindo os inimigos, e depois voltando a contraataca-los para permitir a marcha dos comandantes.
Estes fatos nos levam à seguinte indagação: quantos dirigentes de nações da atualidade, ou do passado, descendem de linhagem tão patriótica e heróica?
O Exército Popular da Coreia foi fundado em 25 de abril de 1932 para libertar o país da dominação japonesa. Sua história é totalmente incompleta se não reconhecermos o papel decisivo do comandante Kim Il Sung, libertador e fundador da República Popular Democrática da Coreia. Suas ações heróicas em todas as frentes de combate durante a luta armada antijaponesa, de 1930 a 1940, levaram os membros do Exército Revolucionário Popular da Coreia a adotar a seguinte palavra-de-ordem: “Defendamos com a vida o comandante da revolução”, referindo-se a Kim Il Sung.
No ano de 1945, no mês de agosto, após muitos anos de luta heróica contra a maior potência militar da região, o Japão imperialista, o Exército Popular da Coreia, sob o comando de Kim Il Sung, libertou o país e expulsou os invasores.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, o imperialismo norte-americano reivindicou como área de influência metade da Coreia, dividindo o país entre Norte e Sul, estabelecendo como fronteira o vergonhoso Paralelo 38. As tropas norte-americanas, sob o comando do general Douglas Mac Arthur, sofreram revezes ao invadir o sul da Coreia, uma vez que a população local, especialmente os trabalhadores, já tinham acesso à teoria socialista praticada na região Norte do país, entre os quais a reforma agrária e a legislação trabalhista e sindical, implementadas por Kim Il Sung. Sindicatos e associações de trabalhadores e estudantis organizaram greves e passeatas contra a presença de tropas norte-americanas no país, mas foram duramente combatidos. Milhares foram assassinados, torturados e presos.
O governo americano decidiu então indicar como presidente da Coreia do Sul um dos maiores traidores da causa de libertação do país, o liberal conservador Syngman Ree. As primeiras decisões do governo fantoche dos americanos foi impedir a reforma agrária e os direitos trabalhistas e sindicais dos coreanos do sul. O governo de Ree foi um governo de terror e perseguição, e no outono de 1946 o povo coreano passou a sair às ruas exigindo sua saída do poder. Na capital do sul, Seul, o governo pró-americanos mandou atirar nos grevistas, e 41 grevistas foram assassinados nas ruas e avenidas da cidade. Em seguida, milhares de grevistas foram presos e torturados, e centenas condenados à pena de morte. Foram presos 36 mil trabalhadores e nos meses que se seguiram o número de mortos ultrapassava 100 mil pessoas.
No outro lado do Paralelo 38, a situação do povo era outra. Sob a liderança de Kim Il Sung os camponeses implementavam a reforma agrária, o sistema financeiro e industrial foram estatizados para beneficiar o povo, e dois programas sociais foram lançados para erradicar o analfabetismo e combater a fome e a miséria.
Poucos anos se passaram na reconstrução do país, e no ano de 1950 o imperialismo norte-americano, aliado a uma quadrilha de traidores sul-coreanos, deflagrou um ataque militar com aviões às vilas, aldeias e cidades coreanas, em pleno domingo, quando as pessoas dormiam ou desfrutavam do lazer merecido. Tinha início a Guerra da Coreia (1950-1953), e novamente o general Kim Il Sung foi chamado a organizar o povo para lutar em uma nova guerra de libertação, através do Exército Popular da Coreia.
A luta era desigual. De um lado a nova maior potência militar do pós-guerra, os Estados Unidos da América, de outro lado a jovem República Popular Democrática da Coreia. Entretanto, nem mesmo o maior poderio militar e econômico do planeta foi capaz de vencer a tenacidade dos coreanos comandados por Kim Il Sung, para quem a divisão do país era inaceitável. Ele jurou lutar por toda sua vida para reunificar o país, e trabalhou duramente neste objetivo.
Em pleno verão, no dia 25 de junho de 1950, o Exército Popular da Coreia, sob o comando do general Kim Il Sung avançou sobre o Paralelo 38 e rumou em direção à capital do Sul. Os primeiros combates foram vencidos rapidamente pelas tropas comunistas do Norte, que recebiam o apoio do povo coreano do Sul, e combatiam os mercenários do governo traidor sul-coreano e as tropas militares norte-americanas.
O avanço das tropas do Norte foi uma ação espetacular e sem precedentes na história da península coreana. Os norte-americanos eram varridos de suas bases e se acovardavam frente aos combatentes coreanos do Exercito Popular. Em poucos dias os coreanos do Norte ocupavam 90% do território do Sul.
Derrotados em combate, os norte-americanos recorreram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, que de forma covarde e criminosa autorizou o envio de tropas de diversos países para auxiliar os militares norte-americanos na tarefa inglória de impedir a reunificação da Coreia. Desembarcaram em Seul, com o apoio imoral das Nações Unidas, 70.000 soldados norte-americanos e 30.000 soldados de diversas nações, com forte poder aéreo.
O líder chinês Mao Tse-tung decidiu entrar no conflito, em parte por reconhecimento aos milhares de coreanos que auxiliaram os chineses na revolução socialista e na Grande Marcha, e em parte por discordar da participação de muitas nações estrangeiras massacrando a população coreana. Batalhões de soldados chineses se uniram aos coreanos, sob o comando do general Kim Il Sung, e fizeram uma grande marcha noturna que durou 19 dias (durante o dia as tropas ficavam camufladas para não chamar a atenção das tropas norte-americanas) ao redor do Rio Yalu. No início de novembro de 1950 os coreanos do Norte e os chineses atacaram de forma organizada e massiva, causando enormes baixas entre as tropas norte-americanas.
Derrotado pela segunda vez em solo coreano, o general Truman entrou em desespero e preparou o lançamento de uma bomba atômica na região Norte da Coreia, mas sofreu forte pressão política dos governos da Inglaterra e França, que convenceram Truman a não usar a bomba atômica contra a Coreia porque, em represália, a Russia poderia lançar bombas atômicas na Europa.
Em julho de 1951 começaram as negociações diplomáticas entre as partes conflitantes. Durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos da América, o candidato Dwight Eisenhower prometeu que se fosse eleito colocaria um fim na Guerra da Coreia. A população norte-americana estava cansada de enterrar seus mortos, e decidiu elegê-lo. Foram mortos na guerra 95.000 soldados das forças das Nações Unidas, mais de 50.000 soldados norte-americanos, outros 21.000 foram mortos por doenças ou ferimentos, e 3 milhões de coreanos, a maioria por covardes bombardeios aéreos norte-americanos em aldeias, vilas e cidades.
Após a posse do presidente Eisenhower, foi assinado o Termo de Armistício, em 27 de junho de 1953, no qual a Coreia ficaria dividida entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, tendo como fronteira o Paralelo 38.
Após a morte do líder Kim Il Sung, seu filho Kim Jong Il foi chamado a assumir as responsabilidades históricas de seu falecido pai. Ele não apenas aceitou a incumbência, como a realizou – e realiza – com maestria. Por merecimento, e dando continuidade à grande obra de seus familiares que sempre lutaram, dedicando suas vidas à causa da libertação da Coreia, Kim Jong Il é atualmente o Secretário Geral do Partido do Trabalho da Coreia, presidente do Comitê de Defesa Nacional da República Popular Democrática da Coreia e Comandante Supremo do Exército Popular da Coreia.
Quando a União Soviética perdeu parte de suas repúblicas na década de 90, e diversos países socialistas sofreram com o aumento das pressões econômicas e militares do imperialismo norte-americano, fazendo com que o socialismo desmoronasse em alguns países, o dirigente Kim Jong Il manteve a RPD da Coreia no seu caminho histórico. Para fazer frente aos novos desafios, os militares coreanos apresentaram a seguinte palavra-de-ordem: “Defendamos com a vida a direção da revolução, encabeçada pelo grande camarada Kim Jong Il”.
Durante esta luta surgiram heróis da época do Songun, como Kil Yong, que entregou sua vida com seu avião em chamas para proteger a direção dos combatentes coreanos.
Na Guerra de Libertação da Pátria, os militares se lembraram das palavras do general Kim Il Sung, segundo as quais não havia coisa impossível de se fazer se decidissem fabricar, mesmo com as mãos vazias, as “bombas Yonguil”. Dentro dessa filosofia, enfrentando privações e demonstrando alto espírito de sacrifício, seguindo as ordens do general, os soldados do Exército Popular de Libertação, dentro de uma estratégia traçada no mapa de operações, realizaram uma marcha forçada durante uma noite inteira e bloquearam o caminho de retirada das tropas do inimigo, para assediar e aniquilar a famosa “Divisão Invencível” dos Estados Unidos da América, que ocupava parte do território coreano.
O general Kim Jong Il é autor do Ideal Zuche, que abriu as portas para a classe trabalhadora e para as massas populares de um novo caminho para a vitória da revolução, marcando uma reviravolta histórica na realização da obra revolucionária dos povos. O Ideal Zuche constitui a imutável idéia motora da revolução coreana e uma grande bandeira revolucionária da nossa época, segundo a qual são as massas populares os verdadeiros protagonistas das revoluções, e a revolução sairá vitoriosa se conseguir a unidade entre a fusão com os ideais das massas populares e a educação e mobilização.
Em resumo, segundo o livro “Kim Jong Il – Sobre La Idea Zuche” (publicado em Pyongyang, em 1982) o Ideal Zuche tem os seguintes princípios na história social: 1) As massas populares são o sujeito da história social; 2) A história da humanidade é a história da luta das massas populares pelo zazusong; 3) O movimento histórico-social é o movimento criador das massas populares; 4) Na luta revolucionária a consciência ideológica, independente das massas populares, desempenha papel decisivo. “Para materializar o Ideal Zuche na revolução e na construção é imprescindível observar com rigor os princípios diretivos desta idéia. Para efetuar a revolução e a construção segundo os postulados do Ideal Zuche é necessário manter e materializar o zazusing nas atividades do Partido e do Estado. Como princípios para a materialização do zazusong, o Líder expôs o Zuche na ideologia, na independência e na política, a autosuficiência na economia e a autodefesa na salvaguarda nacional. Estes sãos os princípios diretivos para materializar o zazusong nas esferas da ideologia, na política, economia e na defesa nacional”.
A Coreia foi vítima direta das bombas atômicas norte-americanas lançadas contra Hiroshima e Nagasaki, sendo a segunda nação, após o Japão, em número de mortos e feridos. Nos anos que se seguiram, a Coreia foi – e continua sendo até hoje – chantageada com ameaças nucleares, a ponto de criar uma leva de imigrantes que fugiram para a Coréia do Sul e para outros países, temendo a concretização das ameaças nucleares dos norte-americanos.
Na década de 50 os norte-americanos trouxeram pela primeira vez armas nucleares para a península coreana, que estavam armazenadas no Japão, para aumentar as ameaças à República Popular Democrática da Coreia. Na década de 70 o número de armas nucleares depositadas em bases militares norte-americanas na Coreia do Sul passavam de mil.
Em outubro de 2006, três anos após retirar-se da TNP, a RPD da Coreia realizou a primeira prova nuclear, e em maio de 2009 a segunda, com sucesso. Dessa forma colocou fim ao desequilíbrio que havia na região do Nordeste Asiático, onde existem muitas ogivas nucleares e a RPD da Coreia era o único país que não contava com esse tipo de armamento para defender-se das sucessivas ameaças e chantagens nucleares por parte dos Estados Unidos da América.
O governo da RPD da Coreia está determinado a construir um processo de paz duradouro e efetivo na península coreana, com a respectiva desnuclearização estipulada na Declaração Conjunta de 19 de setembro, aprovada e publicada nas conversações dos 6 países reunidos para converter a península coreana em região sem armas nucleares. Mas a realização da desnuclearização requer a criação de confiança entre os envolvidos, algo impossível de ser obtido com o governo imperialista norte-americano, que não abre mão de suas bombas nucleares estocadas nas bases militares no Japão e Coreia do Sul.
Para piorar ainda mais a situação naquela região, uma vez que ao governo dos Estados Unidos só interessa a guerra e a destruição dos povos para fomentar sua poderosa indústria bélica, o governo ianque anunciou que vai remodelar novamente as bombas nucleares B-61, reduzindo a potência para usar como armas convencionais, isto é, vai reduzir o tamanho das bombas atômicas para usar em maior escala, contra maior número de povos e nações.
Ao governo norte-americano e aos traidores sul-coreanos não interessa a paz, e muito menos a reunificação da Coreia. Os povos do Norte e do Sul da Coreia desejam ardentemente a reunificação do país, porque estão cansados do estado de terror a que são submetidos pelas bases militares norte-americanas em território sul-coreano, às ameaças constantes de guerra nuclear na região patrocinada pelo imperialismo norte-americano.
Assim como na Alemanha o povo se uniu e derrubou o muro que separava o povo daquela nação, a Coreia também terá o seu dia de libertação e de união, através da derrubada do vergonhoso Paralelo 38, e da expulsão das bases militares norte-americanas.
Neste sentido, para construir a verdadeira reunificação, o presidente Kim Il Sung, libertador e fundador da RPD da Coreia, publicou, de sua autoria, em 6 de abril de 1993 o Programa de Dez Pontos da Grande Unidade Pannacional para a Reunificação da Pátria:

O Programa de dez pontos para a Reunificação
“Reunificar a Pátria para colocar fim à história de cerca de meio século de divisão e enfrentamento, porque é unânime a decisão e vontade de toda a nação. Para conseguir por via independente e pacífica, é indispensável alcançar a grande unidade pannacional. Os que se preocupam com o destino da Nação, sejam residentes no Norte, no Sul ou no ultramar, sejam comunistas ou nacionalistas, pobres ou ricos, crentes ou não, em primeiro lugar devem unir-se como integrantes do mesmo povo, sobrepondo-se a todas as diferenças, e abrir juntos o caminho para a reunificação da Pátria.
Todos devem dar um aporte específico para a reunificação, florescimento e prosperidade da Pátria reintegrada: aqueles que tenham a força, os conhecimentos que possuam, ou dinheiro, que disponham de tudo para por fim à divisão da nação, demonstrando perante o mundo a dignidade e a honra dos 70 milhões de coreanos unidos.

1.Fundar um Estado Unificado, independente, pacífico, neutro, mediante a grande unidade pannacional
O Norte e o Sul devem fundar um Estado unificado pannacional, que represente a todos os partidos, grupos e setores dos integrantes da nação, deixando intactos os regimes e governos existentes em ambas as partes. Este deve ser um Estado confederado, com igual participação dos governos regionais do Norte e do Sul, e um Estado neutro, independente, pacífico e não alinhado, que não se incline diante de nenhuma potência.

2. Conquistar a unidade baseados no amor à nação e no espírito de independência nacional.
Todos os integrantes da nação, ligando seu destino à Pátria, devem ama-la com fervor e unir-se na vontade de defender sua independência com o risco da própria vida. Com dignidade e orgulho de ser membro da nossa nação, devem rechaçar o servilismo às grandes potências e o nihilismo nacional que carcomem o espírito de independência da nação.

3 – Unir-se no princípio de fomentar a coexistência e coprosperidade e interesses comuns, entregando tudo à causa da reunificação da pátria.
O Norte e o Sul devem reconhecer e respeitar reciprocamente a existência de diferentes ideologias, ideais e regimes; não atentar um contra o outro, mas gozar juntos do progresso e da prosperidade. Tem que fomentar os interesses da nação acima dos interesses regionais e de classes, e fazer todos os esforços para alcançar a desejada reunificação da pátria.

4 – Unir-se para por fim a toda luta política que fomenta a divisão e o enfraquecimento entre os patriotas.
O Norte e o Sul não devem perseguir ou fomentar o enfrentamento, mas eliminar toda a forma de disputa política ou calúnias. Sem inimizade entre os compatriotas, tem que unir as forças da nação para fazer uma frente comum à agressão e intervenção das forças estrangeiras.

5 – Confiar mutuamente e unir-se, superando os temores de agressão ao Norte e ao Sul, vencendo os medos do comunismo ou da comunização.
O Norte e o Sul não devem ameaçar ou agredir um ao outro, nem impor um regime, ou absorver um ao outro.

6 – Apreciar a democracia e seguir de mãos dadas pelo caminho da reunificação da pátria, sem rechaçar um ao outro por professar diferentes doutrinas ou opiniões.
Devem assegurar a liberdade de discussão e as atividades em prol da reunificação, sem aplicar repressão, represália, perseguição ou castigo aos opositores políticos. Não se perseguirá a ninguém por ser pró-norte-coreano ou pró-sul-coreano. Libertar a todos os presos políticos, reabilitando-os de modo que possam contribuir na obra de reunificação da pátria.

7 – Proteger os bens materiais e espirituais dos indivíduos, da organização, e fomentar sua utilização em favor da conquista da grande unidade nacional.
Tanto antes como depois da reunificação, é necessário reconhecer as propriedades estatais, cooperativistas e privadas, e proteger o capital e os bens individuais e coletivos, e as concessões comuns ao capital estrangeiro. Serão reconhecidos os títulos de honra e a qualificação oficial que tenham os indivíduos na ciência, educação, literatura, arte, imprensa, saúde pública, esportes e outros setores, e seguirão assegurando os benefícios de que desfrutam as personalidades beneméritas.

8 – Todos os integrantes da nação devem compreender e confiar uns nos outros, unindo-se mediante contatos em viagens e diálogos.
Devem ser eliminados os obstáculos para contatos e viagens de todos os partidos, agrupações, setores e organismos da população, para promover conversações bilaterais e multilaterais.

9 – Os integrantes da nação que residem no Norte e no Sul do país e ultramar, devem fortalecer a solidariedade entre si no caminho pela reunificação da pátria.
No Norte e no Sul, e ultramar, devem apoiar e respaldar, sem prejuízos, o que resulte útil para a reunificação da pátria, rechaçando os problemas, superando as dificuldades, coordenando ações de cooperação. Na empreitada patriótica para a reunificação, todos os partidos políticos, agrupamentos e compatriotas de diferentes setores e locais devem unir-se na organização.

10 – Valorizar altamente aos que trabalham na obra da grande unidade nacional e na reunificação da pátria.
É necessário valorizar e conceder benefícios especiais àqueles que tiveram méritos na construção da grande unidade nacional e reunificação da pátria: os mártires patriotas e seus descendentes. Os que assumem o caminho patriótico, arrependendo-se de atos traiçoeiros à nação, devem ser tratados com indulgência e julgados de forma imparcial, segundo seus méritos, na reunificação da pátria.”

Estas palavras do general Kim Il Sung, apoiadas pelo comandante Kim Jong Il, devem nortear aqueles que realmente desejam construir a reunificação da Coreia. A forma independente, soberana e altruísta, revela e expressa o desejo da maioria da humanidade que não aprova a divisão do país, não apenas da Coreia, mas de qualquer outra nação dividida por interesses estrangeiros.
Reunificar a Coreia é dizer não à indústria da guerra criada e mantida pelo imperialismo norte-americano.
Reunificar a Coreia é dizer não a dezenas de anos de opressão e ameaças promovidas pelas tropas militares norte-americanas espalhadas na bases estrangeiras que ocupam a Coreia do Sul para ameaçar a RPD da Coreia.
Reunificar a Coreia é dizer não à corrupção dos governantes traidores da Coréia do Sul, que venderam a soberania do país e assumem o triste papel de jogar irmãos contra irmãos em uma guerra financiada por imperialistas estrangeiros.
O mundo quer paz, quer o sepultamento da indústria bélica norte-americana que ameaça todos os povos e nações do mundo.
O mundo precisa da reunificação da Coreia.


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Publicação do
Comitê Brasileiro de Solidariedade
à República Popular Democrática da Coreia


José Gil de Almeida, presidente
Francisco Manoel de Assis França, secretário


Curitiba - Brasil
www.coreiapopular.blogspot.com